terça-feira, maio 30, 2006

Deixai vir a mim os pobrezinhos


Numa daquelas piruetas em que a história é pródiga damos connosco a pensar como é que o tecnocrático Cavaco redundou no caritativo Cavaco, numa verdadeira assombração de um hipotético Guterres.

Claro que podemos encarar a teoria do vírus que, impiedosamente, põe os inquilinos de Belém a dizer banalidades e discursos circulares, sejam quais forem os seus antecedentes.

Também podemos remeter para um assincronismo misterioso qualquer que o levaria a concretizar a demagogia depois de ganhar as eleições, ou seja, quando já é absolutamente desnecessária.

Finalmente, e eu inclino-me mais para este lado, resta pensar que o Cavaco se apresentou durante a campanha como um activíssimo promotor da salvação da país e agora está numa de Madre Teresa apenas pelo gozo supremo de por a esquerda a fazer "figura de urso".

Claro que alguns comentadores conseguirão detectar cavernosas intenções nesta manobra, vá-se lá saber porquê...

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