A propósito de Pedrogão Grande são possíveis dois debates distintos
1. As políticas nacionais de prevenção e combate aos fogos, a questão do ordenamento da floresta, a questão da quatidade e qualidade dos meios de combate, a questão da aquisição do SIRESP e a sua vida contratual, etc.2. O que desencadeou aquele incêndio em concreto, o que é que no dia do grande incêndio podia ter sido feito nas condições atmosféricas presentes no local e com os meios técnicos e humanos existentes no país. Comparando obviamente com o que realmente se passou.
Misturar estes dois debates é quase sempre uma forma de lançar a confusão no segundo.
É verdade que aquilo que se passou no dia 17 de Junho pode vir a gerar recomendações para modificar as políticas nacionais de prevenção e combate aos fogos mas, mesmo que tal aconteça, as medidas a adoptar não vão desfazer aquilo que já aconteceu. Muitas delas até só darão resultados ao fim de vários anos.
Todos nós temos opiniões sobre tais políticas mas quem arcou com a responsabilidade de responder ao incêndio, quer a nível técnico quer a nível político, só podia fazê-lo nas circunstâncias físicas do próprio dia e com os meios existentes nesse momento.
O debate do ponto 2, destina-se portanto a determinar se houve falhas, erros ou descoordenações tomando em consideração os meios e circunstâncias existentes e disponíveis e não aqueles que poderiam idealmente existir. Não tem qualquer interesse, nesse contexto, falar das decisões que se tomaram ou deixaram de tomar nas últimas décadas. Essa é outra discussão.
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