segunda-feira, maio 01, 2017

Comunismos de Outdoor





O Cambodja, o Laos e o Vietname parecem seguir caminhos paralelos, na esteira do grande irmão chinês. Isto apesar dos nacionalismos e dos ressentimentos históricos de muitos séculos.
Os partidos comunistas mandam na política mas evitam intervir na economia. Os negócios privados proliferam e basta olhar as ruas para ver que milhões sobrevivem de um pequeno comércio qualquer na beira da estrada.
Esta situação paradoxal, que não me foi dado aprofundar, parece repousar na reputação histórica dos partidos comunistas, especialmente no caso do Vietname, pelo seu papel na heróica luta de resistência contra as invasões estrangeiras.
O museu em Saigão, mesmo para quem acompanhou a guerra dia a dia nos anos 60 e 70, é um soco no estômago. Os túneis guerrilheiros de Cu Chi arrepiam.
Mas os cuidados de saúde são pagos quer nos hospitais privados quer nos públicos, embora mais baratos nestes últimos.
A educação também pode ser garantida pelo Estado ou pelos privados.
A Air Vietnam (quem diria?) é privada embora o Estado mantenha uma quota minoritária. Mas a televisão é completamente Estatal.
Perguntei pelo desemprego mas percebi imediatamente que não vigora lá o nosso conceito; lá, quem perde o emprego salta imediatamente para uma actividade qualquer por conta própria (são incontáveis os serviços de pequeno almoço, à porta dos escritórios, servidos a partir de motoretas por exemplo).
As motoretas estão por toda a parte e furam por todos os espaços disponíveis; só em Saigão estima-se que haja 9 milhões.
Não consegui perceber como é possível manter tal situação politico-social embora as taxas de crescimento altas sejam uma boa pista.
O turismo está em grande e a proximidade da China pode vir a transformar a costa de Danang numa grande Marbella.
Danang, Hanói, Hué, e muitas outras estavam em todos os noticiários da minha juventude, à mistura com B52 e toneladas de bombas.
Passei por lá um pouco aturdido com a normalidade dos Karaokes que agora se vêem por todo o lado.
Acho que temos que lhes mandar as manas Mortágua para elas meterem aquilo nos eixos.

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