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aqueles que defendem a antecipação das eleições baseiam-se numa falácia; que a realização do acto eleitoral resolve necessáriamente os problemas do país. Apenas uma birra dos que estão no governo nos separa da redenção.
Isto está implícito na actual campanha mesmo quando não é claramente afirmado.
Ora é precisamente para proteger o país que a data constitucional das eleições deve ser respeitada.
Para perceber o argumento basta perguntar: o que acontece se o Dr. Costa não tiver maioria absoluta? Quanto tempo demorará a construir uma solução de governo? Então para quê antecipar uma balbúrdia pós-eleitoral, essa sim um grande risco para o país?
Tudo recomenda que se dê mais tempo ao Dr. Costa, já que ele ainda não explicou minimamente como vai "salvar" o país da austeridade e necessita certamente de continuar a estudar os dossiers.
Esse tempo também deveria ser usado por ele para desenvolver os compromissos necessários com outras forças políticas por forma a maximizar a probabilidade de uma maioria sólida em Outubro de 2015.
A utilização, pretensamente isenta, do argumento OE2016, que seria feito por uns e aplicado por outros, constitui mais um apoio encapotado a António Costa já que o problema só existe se a actual coligação fôr substituída.
Sei que haverá quem diga que qualquer coisa é melhor do que aquilo que agora temos, mas eu relembro que foi essa lógica do afogadilho que levou à substituição de Santana Lopes por José Sócrates com os resultados que se conhecem.
Já é tempo de votarmos em projectos em que se acredita em vez de votarmos apenas para varrer o passado recente para debaixo do tapete.
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