quarta-feira, julho 20, 2011

Enigmas financeiros

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Portugal emitiu esta manhã 750 milhões de euros em dívida de curto prazo, através de bilhetes do tesouro. Tratou-se do valor mais baixo do montante indicativo que tinha sido apontado, entre 750 milhões e 1000 milhões de euros.
A colocação de dívida foi feita através de duas operações com bilhetes do tesouro, uma de 450 milhões a três meses, com uma taxa de juro de 4,982%, e outra a seis meses, no valor de 300 milhões e com uma taxa de juro de 4,96%.
 Expresso 20.06.2011




Isto faz uma certa confusão. 
Por que é que depois do acordo com a Troika, e do financiamento que ele garante, o Estado português continua a ir buscar dinheiro ao mercado ?
Por que é que as taxas de juro "no mercado" são inferiores às do empréstimo da Troika ?
Por que é que as taxas de juro destas emissões de dívida são muito mais baixas do que as taxas do mercado secundário, que ainda há pouco nos diziam ser superiores a 20% ?


Por outro lado:
Ainda há dias ouvi um comentário que garantia ser um bom negócio para o Estado português "recomprar" dívida emitida, que no mercado secundário é vendida com 20% de desconto, pois isso significaria a eliminação de uma dívida de 100 pagando apenas 80.
Parece evidente que valeria a pena pedir dinheiro a 5%, ou mesmo a 8%, para pagar dívida com desconto de 20%.
Por que é que tal não é feito?


Uma alma caridosa que me explique...

3 comentários:

J Eduardo Brissos disse...

Porque é que não é feito? Mas tu não andaste também pelo ISCEF, ou estou a fazer confusão? Já para não falar de outros sítios onde se explicam estas coisas.

F. Penim Redondo disse...

Eh pá, ilumina-me tu, que sabes.

Anónimo disse...

O Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) vai poder comprar dívida no mercado secundário a título excepcional e com base numa avaliação do Banco Central Europeu (BCE).
No projecto de conclusões em cima da mesa dos líderes, a que o Económico teve acesso, a Grécia é claramente um "caso único e grave" que "requer uma solução excepcional". Esta é a razão pela qual, explicam os líderes, o sector financeiro "indicou uma disponibilidade para apoiar a Grécia" através de uma "troca de obrigações, um roll-over e uma compra de dívida". Os líderes abrem caminho para estas soluções.

http://economico.sapo.pt/noticias/fundo-de-resgate-vai-comprar-divida-publica_123122.html