O Teatro de S. Carlos levou à cena, recentemente, uma já célebre montagem de "O Ouro do Reno".
A encenação de Graham Vick levou à completa transformação do espaço, tendo a plateia sido transferida para o palco e o espaço cénico ocupado o lugar da plateia.
Para além da espectacularidade esta solução trouxe também uma nova forma de dialogar com a ópera e, diria eu, fez justiça ao espírito revolucionário com que Wagner concebia as suas obras e a vida.
Através de um excelente texto de Paulo Ferreira de Castro, incluído no programa da ópera, tomei conhecimento de aspectos da vida de Wagner que ignorava; a sua participação em acções insurreccionais ocorridas em Dresden em 1849, as suas relações com o revolucionário Bakunine, as influências que sofreu de teóricos revolucionários do século XIX.
Para perceber a influência revolucionária na reinvenção wagneriana da mitologia germânica recomendo vivamente a leitura do texto referido: Arte, mito e revolução: o prólogo (ver aqui)
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