Os Estados Unidos recusaram hoje reconhecer o resultado do referendo na Venezuela que confirma o mandato do presidente Hugo Chavez e exigem uma investigação rápida, completa e transparente sobre as alegadas "fraudes" denunciadas pela oposição.
Apesar de saudar e congratular-se com o trabalho realizado pelos observadores do Centro Carter, do antigo presidente norte- americano Jimmy Carter e da Organização dos Estados Norte-Americanos (OEA), o Departamento de Estado norte-americano indicou que Washington não está aceitará as conclusões das duas organizações.
O Centro Carter e a OEA - dois observadores internacionais do acto eleitoral - reconheceram hoje a legalidade do escrutínio, que deu a vitória por mais de 50 por cento aos eleitores que querem a continuidade do mandato presidencial de Hugo Chávez até 2006.
"Encaramos a proposta de trabalhar com a oposição para pôr em prática uma investigação completa sobre os resultados (do referendo) e para examinar todas as dúvidas levantadas", disse hoje Tom Casey, porta-voz do Departamento de Estado.
"Encorajamos o Conselho Nacional Eleitoral a autorizar uma investigação transparente que responda a todas as questões e assegure aos cidadãos venezuelanos que o referendo foi livre e justo", acrescentou.
Um responsável do Departamento de Estado, a coberto de anonimato, afirmou que os Estados Unidos não estavam convencidos do resultado devido às alegações da oposição venezuelana.
Hoje, o Centro Carter e a OEA confirmaram a vitória do presidente venezuelano que continuará no poder até ao final do seu mandato, em Dezembro de 2006.
César Gaviria, que dirige a Organização dos Estados Norte- Americanos e Jimmy Cárter - observadores do referendo venezuelano -, confirmaram hoje em Caracas os resultados oficiais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Além de anunciarem a vitória confortável do presidente Chavez, os observadores descartaram as acusações de "fraudes eleitorais" de alguns dirigentes da oposição.
Posição contrária aos Estados Unidos tem o Brasil, que pela voz do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Celso Amorim, afirmou- se hoje "satisfeito" pelo referendo realizado domingo, que confirma o mandato de Hugo Chavez.
"O escrutínio realizou-se de forma legítima e isso satisfaz- nos", disse Amorim, citado pelo Globo online.
O ministro minimizou, por seu lado, as denúncias de fraudes feitas pela oposição, frisando que o importante é que "o povo venezuelano seja capaz de encontrar o caminho da reconciliação".
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