segunda-feira, dezembro 14, 2009

O silogismo de Vara

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Na entrevista com Judite de Sousa, na RTP1, Armando Vara disse várias vezes que não podia haver provas de certos factos pela simples razão de que eles não teriam ocorrido.
A afirmação parece pacífica pois é indubitável ser impossível comprovar o que não aconteceu.
Acontece porém que tal afirmação de Vara se insere num silogismo falso que, embora não explicitado, foi frequentemente insinuado durante a entrevista:
"Um crime que não aconteceu não pode ser provado LOGO um crime que não pode ser provado não aconteceu".
Agora que Vara e os seus advogados conhecem o conteúdo do processo, que já devem ter percebido que lhes será fácil desvalorizá-lo, concentram-se na tarefa de nos fazer crer que o falhanço policial na recolha de provas significa que nada de grave aconteceu.
O senhor Godinho perdeu-se no caminho para a EDP, só isso.
Conviria talvez investigar quem avisou Vara em Junho, por carta "anónima" que o próprio confirmou, que as escutas das suas conversas com Sócrates estavam a decorrer.
É que esta tão menosprezada fuga ao segredo de justiça pode muito bem explicar por que é que a polícia tem só as provas que tem.
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6 comentários:

  1. Anónimo20:38

    ... donde o autor estar a insinuar que um crime que não pode ser provado ... aconteceu!

    Esclarecedor.

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  2. Caro Anónimo, a lógica não é o seu forte

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  3. Anónimo09:23

    Pois, como a lógica não é o meu forte, evito construir silogismos inspirados no Inspector Gonçalo Amaral.

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  4. Saudoso10:13

    "Mark'd ye his words? He would not admit of the phone calls. Therefore 'tis certain he's guilty."

    Citado do blog de
    William Shakespeare, Julius Caesar III.ii

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  5. Anónimo17:21

    O Vara requereu o levantamento do segredo de justiça; ora um inocente não precisa de utilizar tais artifícios, LOGO o Vara é culpado.

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  6. Anónimo17:26

    "O Vara alega que não raptou a Maddie porque ninguém pode provar que ele esteve sequer perto de Lagos nessa altura. LOGO ele está a insinuar que ela não foi raptada. Como é que ELE sabe?!"

    in "Diários Íntimos" do Inspector Gonçalo Amaral

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