
Londres está a tornar-se o principal centro financeiro mundial e é nos Emirados Árabes Unidos que está o fundo de investimento mais rico do mundo.
O que foram ícones especificamente americanos estão agora nas mãos de outros países. A maior roda gigante do mundo está em Singapura. O maior casino não é de Las Vegas, é de Macau, cidade que ultrapassou Las Vegas em receitas anuais de jogo.
A indústria cinematográfica de maior peso tanto em termos de número de filmes como de bilhetes vendidos é Bollywood e não Hollywood. Até os centros comerciais, esse grande desporto dos Americanos, se tornaram globais. Dos dez maiores centros comerciais de todo o mundo, só um está nos Estados Unidos; o maior do mundo situa-se em Pequim.
Este tipo de listagens é arbitrário, mas é notável que, há apenas dez anos, os Estados Unidos estavam no topo em muitas dessas categorias, se não mesmo em todas.
Pode parecer estranho tratar de uma prosperidade crescente quando ainda há centenas de milhões de pessoas que vivem numa pobreza desesperante. Contudo, na realidade, a percentagem das pessoas que vivem com um dólar ou menos por dia caiu de 40 por cento em 1981 para 18 por cento em 2004, e estima-se que caia ainda para 12 por cento até 2015. Bastou o crescimento da China para retirar da pobreza mais de 400 milhões de pessoas. A pobreza está a diminuir em países que representam 80 por cento da população mundial.
Os 50 países onde vivem as pessoas mais pobres da Terra são um número limitado de casos que necessitam de atenção urgente. Nos outros 142 países — o que inclui a China, a índia, o Brasil, a Rússia, a Indonésia, a Turquia, o Quénia e a África do Sul —, os pobres estão a ser lentamente absorvidos em economias produtivas que estão em crescimento. Pela primeira vez na história, estamos a assistir a crescimento global genuíno. Isto está a criar um sistema internacional no qual muitos países de todas as partes do mundo deixaram de ser objectos ou meros observadores e se tornaram membros de pleno direito. É o nascimento de uma ordem verdadeiramente global."
Fareed Zakaria, em "O Mundo Pós-Americano"
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