sábado, julho 29, 2006

Lopes Graça

Tendo em vista a comemoração do centenário do nascimento de Fernando Lopes-Graça, e correspondendo, aliás, a solicitações de várias entidades, constituiu-se no Ministério da Cultura uma comissão técnica de apoio e coordenação das iniciativas culturais que se encontram em preparação para assinalar o seu centenário. Graças ao empenho do Ministério dos Assuntos Parlamentares, foi possível promover a articulação deste trabalho de coordenação com as actividades a realizar pela Rádio e Televisão de Portugal, que se associa às comemorações.

Veja aqui o site das comemorações

quarta-feira, julho 26, 2006

Hemeroteca Digital

Apresentamos aqui um primeiro esboço deste projecto, que visa a construção duma biblioteca digital de publicações periódicas. Isto é, uma nova ferramenta para entrar no universo fascinante da imprensa periódica portuguesa, desde os seus primórdios até à actualidade.

Disponibilizaremos assim, através da Internet, um vasto conjunto de conteúdos digitais, com destaque para o fundo local, histórico e fontes documentais da maior importância para o estudo e consulta do acervo bibliográfico da Hemeroteca Municipal de Lisboa.

Disponibilizaremos ainda outros recursos informativos, resultantes da actividade cultural e científica da biblioteca, bem como o acesso a serviços electrónicos, que simplificarão sobremaneira o contacto do utilizador com a Hemeroteca.

Visite-nos, dê-nos sugestões, navegue por esta página, ajude-nos a construir e a desconstruir a Hemeroteca Digital. Os dados estão lançados…

________________________

Vale a pena visitar a Hemeroteca Digital em
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/index.htm

sábado, julho 22, 2006

porosidade etérea


Eis "um Pessoa" fotografado no Chiado pela Inês Ramos em 2005.
Vem isto a propósito do lançamento recente, pela Inês, do seu blog "porosidade etérea"


http://porosidade-eterea.blogspot.com/

inteiramente dedicado aos poetas e à poesia.

terça-feira, julho 18, 2006

Se o ridículo matasse...


Sal de Cozinha Grosso Marinho Integral
emb. 1 kg

€ 0,29 / kg

Preço € 0,29 / Unid.


________________________________________________

A Autoridade da Concorrência condenou quatro empresas do sector do sal a uma multa de quase um milhão de euros, após ter detectado um cartel entre estas que provocou prejuízos no valor de 5,6 milhões de euros entre 1998 e 2004.

De acordo com esta entidade reguladora, a Vatel, que integra um grupo multinacional, a Salexpor, a Salmex e a Sociedade Aveirense de Higienização do Sal (Vitasal) organizaram-se num cartel entre 1997 e 2005.

Em 1997, estas empresas, que representam entre 75 e 90 por cento das vendas em Portugal de sal grosso para fins alimentares e industriais, fizeram um acordo de fixação e manutenção das suas quotas no mercado de comercialização por grosso.

A fixação destas quotas era feita com base no histórico das vendas de cada uma das empresas e previa um sistema de penalização ou compensação consoante aumentassem ou diminuíssem as suas vendas

TSF Online

________________________________________________


Esta enorme ferocidade da Autoridade da Concorrência tem o seu quê de ridículo quando nos vem dizer que se destina a proteger os consumidores.

É possível imaginar que um quilo de sal, se não houvesse o cartel, custaria 25 cêntimos em vez dos 29. Será que isso transformaria completamente o orçamento dos portugueses ?
Se a "Autoridade" se ocupasse dos combustíveis, por exemplo, empregaria muito melhor o seu tempo.

Devo aliás acrescentar que não percebo como é possível alguém produzir um quilo de sal por 0,29 euros (dos quais uma boa parte foi concerteza encher os bolsos dos hipermercados em vez de ir parar aos produtores e aos trabalhadores).
Não pode ser um negócio muito chorudo...

É como diz o povo: "Quem rouba um pão, é ladrão; quem rouba um milhão, é barão"

sábado, julho 15, 2006

As sementes de um novo holocausto ?

Vou já esclarecer ao que venho. Quero alertar para um “novo holocausto” que eu sinto avolumar-se e que considero quase inevitável.
O alerta vale o que vale mas, se não puder evitar as barbaridades, ao menos que nos prepare a todos para as vivermos.

Falo de Israel e dos seus “vizinhos”, claro. O holocausto que prevejo é a destruição de Israel e o massacre de muitos dos seus habitantes.

Não pretendo discutir quem tem razão mas apenas pensar para além dos constantes “braços de ferro” a que assistimos nas televisões.

Não sou, nem me sinto, judeu e também não sou daqueles que absolvem automáticamente as barbaridades terroristas embora compreenda o drama do povo palestiniano.

Aquilo que me interessa aqui compreender é se no quadro geoestratégico presente o estado de Israel tem alguma probabilidade de sobreviver e também se o “comporatmento” dos seus governantes na cena internacional aumenta ou diminui essa probabilidade.

Todos ficamos impressionados com a eficácia militar de Israel, com o enorme poderio que os seus aliados da América lhe permitiram desenvolver, mas não devemos esquecer que a prazo as guerras acabam sempre por ser ganhas em termos “logísticos”. Um contendor que seja inferior em população, recursos naturais e capacidade de produção acabará sempre por perder a guerra.

O suporte dado pelos Estados Unidos ao seu aliado no médio oriente, por enquanto possível e inquestionado pelas outras potências emergentes, tem permitido a Israel uma política de retaliação que excede largamente o famigerado “olho por olho, dente por dente” (uma das imagens mais revoltantes que já vi na televisão foi a de soldados israelitas partindo, com pedras, os braços de palestinianos capturados e indefesos durante a intifada).

Mas o mundo está a passar por uma transformação acelerada, novos polos de riqueza e de poder estão a desenvolver-se e a hegemonia dos Estados Unidos tende a resumir-se cada vez mais ao plano militar.

A situação faz lembrar a da Espanha do século XVII, em que à debilitante redução das remessas de metais preciosos da América correspondia um envolvimento militar cada vez maior em várias frentes.
Também os Estados Unidos ao mesmo tempo que vêm levantar-se formidáveis competidores económicos (China, India,..) são impelidos pelas circunstâncias internacionais a assumir o seu papel de “polícias globais” (Iraque, Afeganistão, Irão, Coreia do Norte,...).

Na feroz competição que se regista a nível internacional em busca das reservas de energia e matérias primas, na intrincada dinâmica dos equilíbrios entre civilizações e credos religiosos, no quadro das transferências de riqueza entre grupos económicos, países e regiões, o Estado de Israel pode de um momento para o outro vir a constituir uma simples “moeda de troca”.

A questão que se coloca é a seguinte: o que acontecerá se, e quando, a superpotência americana deixar de poder, ou querer, ser o guarda-costas de Israel ?


Quando Israel põe dois países a ferro e fogo em retaliação pelo rapto de três soldados coloca-se perante o mundo na situação de agressor e não de vítima que se limita a defender o seu legítimo direito a existir em paz.

Ao abdicar da sua superioridade moral dificulta qualquer iniciativa moderada da outra parte e contribui para reforçar os adeptos do terrorismo. Ao proceder deste modo Israel aliena a opinião pública moderada dos países árabes que deveria constituir a base de uma solução de equilíbrio a longo prazo.

À medida que as condições de vida se forem deteriorando no mundo ocidental (o petróleo atingiu ontem os 78 dolares por barril) ir-se-ão desenvolvendo os velhos fantasmas anti-semitas e chegará o dia em que Israel passará a ser visto com animosidade, como a causa de todas as dificuldades.

A destruição de Israel torna-se dessa forma uma questão de tempo e qualquer pessoa que viva em Israel deverá racionalmente equacionar a sua permanência nestas condições de risco sempre crescente.

A comunidade internacional tem que deixar a sua posição de indiferença e encarar enquanto é tempo soluções em larga escala, para as quais ninguém está psicológicamente preparado, se quisermos evitar um desastre humanitário de grandes proporções no século XXI.

quinta-feira, julho 13, 2006

Barcelona e Lisboa



Numa viagem recente a Barcelona, cidade de que gosto imenso, constatei de novo a enorme vitalidade que a caracteriza.

Por razões particulares fui forçado a tomar consciência da importância, para a capital da Catalunha, de ser detentora do porto de partida e de chegada de inúmeros cruzeiros no Mediterrâneo. Por esse facto Barcelona consegue permanências mais longas de todos aquelas que se preparam para embarcar ou que desembarcam no fim do cruzeiro.

Foi por isso que me interroguei sobre o papel que Lisboa poderia vir a ter como ponto de partida e de chegada de cruzeiros que percorressem o Norte de África, as Canárias, a Madeira e os Açores. Tanto quanto sei essa fórmula tem sido pouco explorada.

No meio destas divagações sou sempre levado a comparar Lisboa e Barcelona, tentando compreeder como se distribui o peso dos atractivos turísticos entre elas.

Barcelona conseguiu criar uma imagem merecida de grande urbe turística com base na sua intensa vida cultural, na sua riqueza arquitectónica, nas suas grandiosas avenidas, no seu inteligente aproveitamento da frente de mar, no seu cosmopolitismo e enorme animação de rua potenciados pela realização de grandes eventos desportivos e culturais. É verdade que tudo isso é facilitado pela inserção numa região muito desenvolvida e muito menos periférica do que Lisboa.

Embora eu seja um grande admirador de Barcelona quero, como lisboeta, listar aquelas coisas que eu acho serem as vantagens da minha cidade.

- Se Barcelona é uma cidade com a tónica na "Arte Nova" Lisboa, por seu lado, é uma cidade do barroco com os seus incontáveis palácios, conventos e igrejas.

- Os bairros antigos são muito mais extensos e interessantes em Lisboa (Alfama e o Bairro Alto, por exemplo, quando comparados com o Barrio Gótico)

- Lisboa está implantada num relevo muito mais "dramático" que cria vistas e miradoiros por todo o lado.

- Lisboa possui as calçadas empedradas, os eléctricos, os elevadores e os azulejos que lhe dão um carácter inconfundível (alguém me disse que Barcelona tem muita mais coisas que podiam ser em qualquer outra cidade da Europa central)

- Os monumentos ligadas à espantosa história marítima de Lisboa em Belém, e o que eles representam, têm um encanto sem paralelo em Barcelona.

- Lisboa tem duas pontes que são das maiores do mundo e que contribuem para uma cenografia grandiosa onde é possível olhar a cidade.

Em suma, temos uma excelente "matéria prima" que não pode ser considerada inferior à de Barcelona. Só falta os lisboetas tomarem as atitudes e as decisões correctas para fazer valer a sua cidade.

segunda-feira, julho 10, 2006

"Portugal olé, Portugal olé..."

Em comunicado, a direcção nacional do IPPAR anunciou ao início da tarde que a abertura da sepultura do fundador da nacionalidade, para fins científicos, prevista para as 17h00, foi cancelada por alegadamente não terem sido "cumpridos todos os procedimentos adequados e necessários".



Toda esta trapalhada à volta do túmulo do Afonso Henriques tem contornos paradigmáticos.

Se a ministra não sabia de nada é incompetente, se sabia é irresponsável.
Tomando posição impeditiva quando a abertura do túmulo estava eminente tratou com indiferença os esforços e recursos entretanto investidos.

E no entanto é dificil imaginar algo mais oportunamente planeado do que esta abertura gorada do real túmulo.

A chegada dos "novos magriços" podia, e devia, ter sido saudada por um sonoro "Portugal olé, Portugal olé..." vindo de além túmulo.
Os feitos na Alemanha bem o mereciam ...

Afonso também teria podido indagar acerca da recuperação da espinha do Diogo, o seu biógrafo, que se encontra nas mãos do "indireita".

quinta-feira, julho 06, 2006

Shakespeare na ponta dos dedos



Se é um apaixonado de Shakespeare, ou simplesmente gosta de apreciar os seus textos no original, pode aceder às peças todas AQUI

terça-feira, julho 04, 2006

Já que a Alemanha joga hoje...

... aqui fica este divertido desafio!


segunda-feira, julho 03, 2006

"O nariz" no São Carlos (estreia hoje)


João Lourenço, actor e encenador e um dos fundadores do Novo Grupo, companhia sediada no Teatro Aberto, em Lisboa, foi convidado pelo Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) para encenar a nova produção lírica "O nariz", de Dimitri Chostakovitch.

Esta ópera, que estreia hoje pelas 20 horas, e que terá mais quatro récitas, marca o final da temporada lírica 2005-2006 e constitui uma estreia em Portugal.

Com a produção de "O Nariz", uma das primeiras peças líricas de Chostakovitch que a escreveu com pouco mais de 20 anos, o TNSC assinala o centenário do nascimento do compositor russo,evocado um pouco por toda a Europa.

Quando foi apresentada na programação da temporada a ópera que hoje estreia foi descrita por aquele que é desde há alguns anos o director artístico do TNSC, Paolo Pinamonti,como sendo "uma obra de arquitectura satírica, fundamentada numa colagem de estilos, que convoca a paródia, o absurdo, o apontamento circense, o episódio sério, a alegoria burlesca, num virtuoso contraponto de momentos solidamente díspares".




Chostakovitch empreendeu em 1927 a adaptação de "O nariz", de Nikolai Gógol , uma sátira à época de repressão exercida sob o domínio do czar de Nikolai I. Esta rara comédia lírica, que requer uma exigente produção (reúne mais de 70 personagens), foi estreada em 1930, em Leninegrado. O argumento conta-nos como Ivan Iakolevitch, descobre um dia, num pedaço de pão do seu pequeno-almoço, um nariz. Ivan procura desfazer-se rapidamente deste apêndice. Na mesma manhã, o major Kovaljov, ao acordar, apercebe-se que lhe falta o nariz e apresenta queixa na polícia, dirigindo-se posteriormente à redacção de um jornal para editar um anúncio. O nariz surge então na catedral de Kazan sob um uniforme de conselheiro de estado reaparecendo a partir desse momento em diversos locais da região, desafiando a competência policial, que encontra muitas dificuldades no contexto deste difícil processo.

No TNSC esta nova produção conta com a direcção musical de Donato Renzetti nas quatro primeiras récitas e de João Paulo Santos, na última. A equipa artística reúne também o cenógrafo Jochen Finke e da figurinista Renée Hendrix para além de Vera San Payo de Lemos, na dramaturgia, Carlos Prado, na coreografia e de Pedro Martins nas luzes.

Do elenco convidado para a produção do TNSC destaca-se a presença do barítono norte-americano Andrew Schroeder no papel do Major Kovaliov, o homem que se vê, de repente, sem nariz. Reunindo também jovens cantores de nacionalidade portuguesa, arménia, russa, italiana e francesa, num total de 25 cantores e alguns actores que se desdobram pelos vários papéis.

De destacar também a participação da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro de Teatro Nacional de São Carlos.

Ana Vitória, Jornal de Notícias

domingo, julho 02, 2006

Já que estamos a falar da China...



Já que estamos a falar da China recomendo uma visita ao site do Stefan Landsberger sobre cartazes de propaganda política. (ver aqui)